A profecia do paraíso - Robert Browne

Editora: Planeta
Páginas: 428
Série: -
Faixa etária: 18+
Onde comprar: Saraiva

A História: A famosa cantora cristã Gabriela Soares é encontrada morta. Não se sabe se ela se matou, se foi um acidente ou se foi assassinada, porém ela foi completamente carbonizada e não havia nenhum sinal de acelerador de fogo no local onde seu cadáver foi achado.
A investigadora Callahan é chamada para cuidar do caso. Cética, ela não consegue acreditar que aquele suposto crime possa ter alguma natureza sobrenatural, ainda mais quando o historiador religioso conhecido como Batty é designado para trabalhar com ela. Uma espécie de vidente, ele sabe muitas coisas sobre possíveis fatos da morte da cantora.
Há, portanto, uma ligação daquela morte com dois livros: Paraíso perdido de Milton e a Bíblia do Diabo, de onde sete páginas que possuem uma maldição estão faltando.
E correndo contra o tempo e contra um apocalipse, eles terão que deixar de lado suas convicções e erros do passado para simplesmente sobreviver.

Minha Opinião: Quando li a sinopse desse livro na Newsletter da Ed. Planeta eu imediatamente se senti atraída pela história nos moldes de "O Código Da Vinci", mas confesso que fiquei muito mais contente quando percebi que havia um lado sobrenatural para dar uma apimentada. E aterrorizante.
Mais um livro sobre anjos, demônios e apocalipse. Você está cansado disso? Ah, você não sabe o que lhe espera...
Um enredo que dá direito a pesadelos, heróis improváveis, utilização de personagens reais como Shakespeare e Milton, questões religiosas e reviravoltas atordoantes. Não há como não se envolver em uma obra assim.
O início é lento e a ação se desenvolve de maneira também lenta, mas é explicável pela complexidade da história e pela quantidade de assuntos mencionados e misturados. De qualquer forma, a quantidade de páginas não tira o brilho do trabalho do autor que é sensacional. Eu não o conhecia, mas sem dúvida lhe darei outra chance.
Claro que há uma certa "farofada" com o sobrenatural, mas que livro que envolve demônios ávidos pelo fim da humanidade não é assim. Mas não é divertido de vez em quando?
Não houve como não comparar esse livro com "O Código da Vinci", embora sejam histórias bem diferentes, mas a maior comparação foi de Robert Langdon com Sebastian LaLaurie. Ambos têm suas encanações (Batty tem medo de aviões, é um pouco alcóolatra e tem uma esposa morta no currículo), ambos são charmosos em um jeito nada convencional e são professores que sabem tudo sobre tudo, sempre tendo uma explicação para as questões mais absurdas. Entretanto, Batty é mais sarcástico, fala o que pensa, por isso é protagonista de diálogos ótimos a partir do momento em que pega mais intimidade com Callahan. E ainda por cima possui dons especiais, como eu poderia esquecer de falar sobre isso?
Outro detalhe importante de ser mencionado é que como Gabriela Soares, a vítima (ou uma delas), é brasileira, uma boa parte do início do livro é passado em São Paulo, com uma perfeita descrição das favelas e o ambiente hostil das mesmas. Bem, há um traficante satanista também, mas isso eu prefiro não comentar (o.O).
Uma grande surpresa e um refresco nesse mundo de anjos e demônios que ainda não atingiram a maioridade!

Quantas estrelas:
Vídeo: Achei que Unholy Wars do Angra combinou muito bem com a premissa do livro de uma guerra nada sagrada. E até a partezinha brasileira do início não fica estranha, já que o livro tem uma parte aqui na terrinha.